História

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UNIÃO DE FREGUESIAS DE VILA FRANCA DAS NAVES E FEITAL

Criada pela Lei 11-A/2013 de 28 de janeiro, teve origem em 2 antigas freguesias do concelho de Trancoso, Vila Franca das Naves e Feital, tendo ficado definida a sua sede em Vila Franca das Naves.

Com uma população estimada de 1030 habitantes, a sua sede dista cerca de 16km da sede do concelho e abrange uma área de 15,98 km2.

É nesta freguesia, na portela de Vila Franca das Naves, justamente na linha divisória de águas vertentes ao Mondego e ao Côa, que finda o edifício tectónico da Beira-Douro.

PATRIMÓNIO

Igreja Matriz de Vila Franca das Naves; Capela de Nossa Senhora da Boa Esperança; Igreja Matriz do Feital; Capela de Santo André; Lagar Romano; Sepulturas Romanas, Ruínas do Castro da Feiteira, Abrigos dos Pastores.

FESTIVIDADES

Festa em honra de Santa Margarida (20 de Julho); Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Esperança (15 de Agosto); Feira de S. Martinho (anual, 11 de Novembro); Feira de S. José (anual, 19 de Março); Feira de S. Pedro (29 de Junho), Festa das Merendas; Festival das Vindimas.

ATIVIDADES ECONÓMICAS

Agricultura; Pecuária; Panificação; Serralharia e Construção Civil; Vitivinicultura; Pequeno Comércio.

ARTESANATO

Queijo da serra; Material de Equitação; Arte Sacra em Madeira.

ORAGO

Santa Margarida; Nossa Senhora dos Prazeres.

COLETIVIDADES

Associação do Desenvolvimento do Feital; Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves; Associação de Dadores de Sangue de Vila Franca das Naves; Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves; Clube Recreativo das Naves – Rancho Folclórico de Vila Franca das Naves.

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VILA FRANCA DAS NAVES

Sede da atual e da antiga freguesia com o mesmo nome, foi elevada a vila em 9 de dezembro de 2004.
Vila Franca das Naves, outrora ponto de grande importância estratégica e local obrigatório de passagem entre o Côa e o Vale do Mondego, conheceu o roubo, a destruição e a tragédia provocadas pelas guerras da Independência e da Restauração e pelas invasões francesas. Até a cólera, em 1885, resolveu atacar a freguesia, reduzindo a sua população a um terço.
Inicialmente denominada Vila Franca, topónimo que indicava uma vila cujo foral lhe admitia determinadas isenções fiscais no comércio local foi-lhe, posteriormente, acrescentado o segundo elemento toponímico, “Naves”, de origem ibérica.
A julgar pela orografia do local, crê-se que o povoamento de Vila Franca das Naves tenha acorrido em épocas bastante remotas, embora os documentos que o comprovem sejam um pouco escassos. No entanto, e analisando a localização da freguesia, rodeada por montanhas, depreende-se que nos seus altos cumes terão existido castros, provavelmente do domínio do castelo de Trancoso.
Do vasto património cultural e edificado de Vila Franca das Naves, deve-se referir a Igreja Matriz e a capela de Nossa Senhora da Boa Esperança.
As atividades económicas mais praticadas pela população local vão desde a agricultura, destacando-se nesta, a tradicional vitivinicultura, a pecuária e a panificação
Dia marcante para a esta localidade foi o 10 de agosto de 1882, quando o comboio, transportando a família real, aqui chegou pela primeira vez. E como disse o abade de Miragaia, “ali se formará com o decorrer do tempo um povoado importante”, o que veio, realmente, a acontecer.

FEITAL E GARCIA JOANES

Antiga freguesia que dista cerca de 10 km da sede do concelho, era constituída por duas aldeias: Feital, antiga sede da freguesia, situada numa encosta virada a nascente, a uma altitude média de 720 metros, e Garcia Joanes, situada a cerca de 1 km a poente de Feital, encontrando-se separadas pela crista da serra que leva o nome da freguesia e que tem uma altitude média de 790 metros e máxima de 814 metros.
Se tivermos em conta os vestígios de ocupação humana da região, que ainda se encontram bem visíveis na área da antiga freguesia, não é difícil concluir que a sua fundação é bastante remota. O castro da Feiteira, a cerca de mil metros a nascente do Feital, tem origem anterior à ocupação romana da Península Ibérica. A pouca distância, no Casal da Fonte Grande, três túmulos antropomórficos, um lagar, uma ara, duas colunas cilíndricas em granito e outros vestígios assinalam a ocupação romana do lugar.
Mesmo ao lado, encontra-se a Quinta das Eiras, desabitada há mais de 60 anos e constituída por catorze edifícios, entre habitações, estábulos e arrumos. Ainda bem conservados encontram-se um pombal de planta quadrangular, de paredes em granito, que deve ser exemplar único no País e o forno comunitário, em granito, que bastaria aquecê-lo para cozer pão ou assar um cabrito. Apesar de a maioria das paredes se encontrar em boas condições, dos telhados pouco resta.
A lenda local de que D. Rodrigo, último rei dos godos, se encontra sepultado na igreja Matriz de Feital, não tem nenhum suporte documental e as profundas transformações que a igreja sofreu ao longo dos séculos também não ajudam muito a confirmá-la; todavia, dentro dos limites da antiga freguesia, existe um local chamado D. Rodrigo.

A pastorícia teve sempre grande importância na economia local, sendo a prova disso as pequenas construções de granito, conhecidas por casotas ou casinhas, com abertura virada a nascente, podendo abrigar, da chuva e vento, de duas a mais de vinte pessoas, que se espalham ao longo de toda a serra em número superior a uma centena, continuando, nos dias de hoje, a serem utilizadas pelos pastores.
Também o castanheiro marca esta antiga freguesia, com muitos exemplares centenários e um provavelmente milenário, conhecido por Grande Hotel, sendo a castanha a segunda fonte de rendimento desta região.
Em relação às suas paisagens, o ciclo vegetativo do castanheiro, entre maio e novembro, desde o verde mais suave e transparente da Primavera, passando pelo verde escuro do Verão até aos amarelos e castanhos do Outono, ou os cinzentos do Inverno, por vezes, amenizados pela brancura da neve ou pelo deslumbramento do sincelo que transforma os castanheiros em verdadeiras obras de filigrana, marcam inconfundivelmente estas paisagens. Juntando a tudo isto, o avistamento deslumbrante que, do cimo da serra, abrange os catorze concelhos do distrito da Guarda, Trás-os-Montes até à serra de Bornes, as arribas do Douro internacional, as serras espanholas da Penha de França, da Gata e dos Gredos (esta a mais de 150 km, em linha reta), transformam estas paisagens em algo único, que têm trazido um cada vez maior numero de pessoas (nacionais e sobretudo estrangeiros) a estas paragens.
Paralelamente ao turismo, também a vertente cultural começou a adquirir uma relevante importância, com a realização do 1.º Simpósio Internacional de Arte do Feital, em setembro de 1995, durante três semanas, com a participação de dez artistas de várias nacionalidades e que, a partir de 1997, adquiriu carater Bienal de Arte, e com a criação de um Centro de Arte Internacional para funcionar em permanência como atelier e galeria de arte.

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